terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Também estou abrindo uma Igreja!


Igrejas e sociedades sem fins lucrativos são muitas vezes utilizada como fachada para isenção de impostos. Até aqui, nenhuma novidade. Mas isso não é demérito só do Brasil. Até um dos livros da série americana “Pai rico, Pai pobre”, aborda as vantagens fiscais das sociedades sem fins lucrativos.

Porém sempre acreditei que, mesmo a abertura de firma sendo um trabalho doloroso do ponto de vista burocrático, o caminho a ser percorrido para abertura de igrejas e sociedades deveria ser tão ou mais longo e custoso para não ser compensador (pelo menos de maneira lícita). Afinal, imagina a quantidade de burocracia para justificar que você é um locutor em nome do Messias, Maomé, Buda, Alá ou qualquer outro...

Mas nesta semana li uma noticia na Folha de São Paulo que converteu minha mente. Pois são gastos apenas R$418,42 para a abertura, apenas 5 dias úteis de prazo, não é necessário nenhum comprovante teológico, doutrinário e muito menos número mínimo de fieis. Ok! Ok! Realmente é fácil! Mas o que será que ganhamos com isso?

Após essa mínima burocracia (convenhamos que é mais fácil do que fazer vistoria do carro no DETRAN), com posse do CNPJ podemos abrir uma conta bancária completamente isenta de IR e IOF. E todo o patrimônio de templos de qualquer culto é imune aos impostos. Isso significa que não precisa pagar: IPTU, ISS, IPVA, ITR e etc.

Já pensou como seria sua vida? Quase um Nirvana Tributário! E a melhor parte: os templos são livres para se organizarem como bem entenderem e escolher seus sacerdotes. E estes têm prestígios: como isenção do serviço militar e direito a prisão especial. (Tem gente que vai pensar: "... e eu me dedicando aos estudos na faculdade...")

Agora entendo porque vemos nomes como: Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta, Igreja Automotiva do Fogo Sagrado, Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo, e outras...

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