Temas de Games

Eu sou muito fã de temas de video games. Na verdade, não só dos temas: como todo nerd, me amarro num jogo de vez em quando. Mas como meu PSP tá acumulando poeira, meu PS2 não presta mais e meu netbook mal aguenta um jogo de paciência, tenho que me contentar apenas com as músicas.

Quando falo isso, muita gente possui um certo preconceito. Pergunta: "Então você gosta de ouvir aquele tema do Mario/Sonic/[insira aqui qualquer personagem de jogos com mais de 15 anos de idade] o tempo todo?" Resposta: "Não, não escuto o tempo todo". No entanto, ouvir um tema vindos de um console de 8 ou 16bits é uma coisa. Escutar uma dessas músicas em uma versão completamente orquestrada é outra coisa bem diferente. Quer ver? Olha esse vídeo (tenta ignorar os gritos da audiência):

Muda completamente, certo? O preconceito existe, mas desde muito tempo as trilhas de games são tão boas quanto as de longas. O único problema é que os games só conseguiram a tecnologia de reprodução das músicas com qualidade há poucos anos. Esse outro é uma compilação de vários temas da série Legend of Zelda:

O Playstation, da Sony, foi um dos primeiros consoles a possibilitar o uso das trilhas sonoras como ferramenta de envolvimento mais profundo do jogador com o game. Ouça, por exemplo, o tema (junto com a abertura do jogo), de Chrono Cross, lançado em 1999 no Japão, sendo a melhor abertura de um jogo até hoje (bom, pelo menos para mim.)

A partir do final dos anos 1990 e início do novo milênio, a tecnologia por trás dos games só avançava, e a trilha sonora se consolidou como uma das partes mais importantes dos games, principalmente aqueles com longas horas de jogo, como os RPGs e os de ação (como God of War), em que o jogador passa muuuuuito tempo ouvindo a mesma música. Um cara que ficou bem conhecido por isso foi Nobuo Uematso, compositor de quase todos os temas da séries Final Fantasy, com exceção apenas do Final Fantasy XII. One-Winged Angel, música de sua autoria, foi uma das primeiras a possibilitar o uso de vozes dentro de jogos, e tornou-se um dos principais temas de Final Fantasy VII e da sua carreira, recebendo até uma nova versão no longa metragem Final Fantasy: Advent Children (que, por sinal, vale a pena conferir).

Outra trilha sonora também muito elogiada pela crítica é o do jogo Castlevania: Symphony of the Night, que na minha humilde opinião é o melhor da série, disparado. As trilhas são orquestradas com um claro tema gótico, que cabe perfeitamente com o tema do jogo.

Hoje em dia, com a infinidade de jogos lançados anualmente, ter uma trilha sonora competente se tornou elemento diferenciador de grandes jogos dos medianos. Ouça, por exemplo, a música tema de Kingdom Hearts, jogo criado através de uma parceria entre Square-Enix e Disney (isso mesmo XD).

Por causa desse foco maior sobre os temas de games, um novo tipo de abordagem ao público tem sido abordada de uns anos pra cá: os shows ao vivo. Alguns grupos resolveram montar turnês em que orquestras apresentam para o público, ao vivo, os temas de variados jogos, desde o primeiro Donkey Kong até o recém-lançado Starcraft II. Aqui no Brasil o grupo que tem feito turnê é o do Video Games Live. Desde 2006 eles se apresentam em algumas cidades, acompanhados sempre de uma orquestra e um coral locais.

Tive a oportunidade de ir no primeiro e no segundo shows aqui no Rio de Janeiro, em 2006 e 2007. Para quem gosta de música, é uma boa pedida quando aparecerem na sua cidade. Outro grupo que tem se apresentado, mas acho que só pelo EUA e Canadá, é o Play! (isso, com a exclamação). Acho que a proposta deles é apresentar algo mais sério do que o VGL, cujas apresentações parecem mesmo um show, com aqueles nerds que vão a loucura quando começam a ouvir os primeiros acordes dos temas de World of Warcraft ou de Metal Gear Solid (talvez eu tenha sido um deles, mas prefiro não comentar).

Confira aqui o último vídeo desse post (me empolguei demais, pra variar :P)! Ele apresenta alguns temas de Metal Gear Solid (sensacional).