A rede social mais famosa do mundo tomou as livrarias e agora, o Cinema. O Facebook virou tema de diversas discussões ao atingir no ano passado a incrível marca de meio bilhão de usuários, algo simplesmente inimaginável alguns anos antes. Aqui, a história toma forma num drama envolvente e atual, que já é considerado por muitos como um dos grandes favoritos ao Oscar 2011 e cotado para ser nomeado o filme da geração atual. Essas afirmações começam a tomar forma com as primeiras premiações do ano no Cinema, como os Globos de Ouro, que premiaram David Fincher como melhor diretor em filme dramático, além dos prêmio de melhor filme dramático, melhor roteirista e melhor trilha sonora.
Adaptado do livro Bilionários por Acaso, do escritor Ben Mezrich, o longa mostra em seus 120 minutos de projeção o relacionamento entre os fundadores do Facebook, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg, do ótimo Zumbilândia) e seu colega de Harvard, o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield, O Imaginário do Doutor Parnassus e futuro Peter Parker/Homem-Aranha), desde o outono de 2003, quando o site foi desenvolvido, até o fim do processo que Saverin moveu contra Zuckerberg, no final de 2005.
Muitos já devem conhecer a história: durante os dois processos contra Zuckerberg, movidos por Saverin e pelo trio formado pelos gêmeos Winklevoss (Arnie Hammer, da série Reaper) e por Divya Narenda (Max Minghella, Syriana), o filme nos mostra flashbacks desde o outono de 2003, quando o site de relacionamentos thefacebook.com (mais tarde alterado para Facebook) começou a ser desenvolvido. Aos poucos os processos vão mostrando os obstáculos e desvios encontrados por Zuckerberg e Saverin, incluindo aí a participação do fundador do Napster, Sean Parker (Justin Timberlake, numa ironia clara entre personagem - o cara que desestruturou radicalmente a poderosa e zilionária indústria musical - e ator - músico, que provavelmente sofreu alguns danos pela criação de seu personagem).
Aaron Sorkin trouxe em seu roteiro o ritmo já conhecido em seus projetos anteriores, principalmente para a TV, como The West Wing e Studio 60 On The Sunset Strip. Com diálogos extremamente rápidos e um humor ágil e ácido em diversos momentos, o texto prende a atenção e contribui para a consolidação dos personagens.
Mas só um roteiro não faz um bom filme. Sem uma mão competente na direção, um roteiro do nível do Aaron Sorkin pode ser facilmente perdido, gerando uma produção incoerente e sem foco. Felizmente David Fincher impede que isso aconteça. O diretor de Seven, Zodíaco e O Curioso Caso de Benjamin Button trouxe todo seu conhecimento e criou um filme dinâmico, intercalando de forma inteligente os dois processos e os flashbacks, dando apenas o tempo necessário para o espectador absorver as informações.
Para completar, temos um jovem elenco competente e, em sua maioria, pouco conhecido, liderado por Jesse Eisenberg, vivendo um Zuckerberg muito parecido com o que se costuma ler sobre o real: um jovem por vezes arrogante, distraído e sem trato nenhum com as pessoas ao seu redor. No entanto, o destaque do filme é Andrew Garfield, caracterizando um Eduardo dono de uma ingenuidade e um senso ético e de dedicação ao então amigo Mark que torna o personagem muito carismático e de fácil identificações com o público. Justin Timberlake é o elo fraco do filme, mas talvez seja preconceito meu por ele ter sido de uma boy band.
Apesar de não considerar o melhor longa de 2010 (A Origem está na frente para mim), A Rede Social tem o mérito de ser um filme muito atual, girando em torno de uma das personalidades mais famosas do mundo. Afinal, como o próprio filme anuncia, todos querem saber como um homem com 500 milhões de amigos fez seus inimigos.
A Rede Social (The Social Network, 2010) - 120min
Dirigido por David Fincher. Escrito por Aaron Sorkin
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake
A Rede Social (The Social Network, 2010) - 120min
Dirigido por David Fincher. Escrito por Aaron Sorkin
Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake
Vo ter que ver depois dessa indicação! Mas odiei o A origem! O melhor do ano ainda fica com Tropa de Elite 2!
ResponderExcluirEba!!! Quero assistir!!!!! E não fala mal do Justin Timberlake não que ele é o cara!!!!
ResponderExcluirRealmente o personagem Eduardo Saverin é muito mais carismático e acaba levando toda a nossa atenção pro Andrew Garfield, que pra mim foi uma grata surpresa. Jesse Eisenberg também está muito bem e já era fã dele desde Zumbilândia.
ResponderExcluirSobre as chances ao Oscar, apesar de ser o favorito, acredito que possa sofrer um repúdio inicial dos membros da Academia. As primeiras cenas possuem diálogos rápidos e sobre tecnologia, que pode assustar os velhinhos votantes.
Minha grande torcida ainda é para "A Origem" e espero muito que o Nolan saia de lá com muitas estatuetas debaixo do braço.
Também tô na torcida por "A Origem", o Nolan fez um trabalho excelente no filme! Mas espero que "A Rede Social" leve pelo menos melhor roteiro adaptado...
ResponderExcluirInfelizmente, se os Globos de Ouro ainda significarem alguma coisa pros Orcars, acho que "A Rede Social" sai bem na frente de "A Origem"...
Cheguei aqui pela dica do @polaroides e gostei muito.
ResponderExcluirO que você disse do Timberlake pode ser verdade, mas convenhamos que o personagem dele é o mais raso de todos.
Achei "A Rede Social" um filme excelente, mas realmente "A Origem" bombou demais. O mais interessante era olhar para a cara das pessoas durante o filme. Espetacular!
ResponderExcluirÓtimo post!