Então, não sei se vocês conhecem esse desenho animado que originou o filme que está para estrear chamado The Last Airbender, cujos trailers eu já mostrei por aqui incansáveis vezes. Trata-se de um dos melhores desenhos animados americanos que saíram nos últimos anos, com uma profundidade raramente vista no gênero.
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A história é narrada em um mundo fictício, que é governado por quatro nações: a Nação do Fogo, a Tribo da Água, o Reino da Terra e os Nômades do Ar. Cada nação governa uma região desse mundo, e possui pessoas com habilidades de manipular o elemento que dá o nome ao país. Essas pessoas são os benders (dobradores, dominadores ou manipuladores, no português), e elas só podem dobrar o elemento de sua nação.
No entanto, existe uma pessoa em cada geração que é capaz de dobrar todos os elementos. Essa pessoa é o Avatar, e ela é responsável por manter o equilíbrio entre os quatro elementos no mundo. A cada vez que um Avatar morre, ele é reencarnado em outra nação, seguindo sempre o mesmo ciclo, iniciado há mais de 1000 anos: Água, Terra, Fogo e Ar. E é aí que nossa história começa.
Há cem anos, a Nação do Fogo iniciou uma guerra contra as outras nações do mundo, nos últimos anos de vida do Avatar Roku (nascido na Nação do Fogo). Eles conseguem se impor na guerra, e resolvem tomar uma atitude drástica: eliminar todos os pertencentes aos Nômades do Ar, de forma a interromper o ciclo do Avatar e impedir que haja um novo equilíbrio entre os elementos. Eles são bem sucedidos em matar todos os Nômades, exceto o mais importante: Aang, um garoto de 12 anos que estava fugindo junto com Appa, seu bisão voador (para saber quem é essa criatura bizarra, continue vendo as imagens abaixo) e foi preso no meio de uma tempestade. Como forma de proteção, Aang se coloca em hibernação, e desde então o Avatar não foi mais visto.
Cem anos depois, uma jovem chamada Katara e seu irmão Sokka, da Tribo da Água do sul, encontram um misterioso iceberg, que revela na verdade ser o local onde Aang ficou congelado durante todo esse tempo. Encontrando-se em um mundo dominado pela Nação do Fogo, ele agora deve aprender a dominar todos os outros 3 elementos restantes o quanto antes, de forma a prevenir que o Senhor do Fogo cumpra a missão estabelecida inicialmente por seu avô, cem anos antes.
O mais impressionante dentro dessa história toda é como o conceito da dobra de elementos foi criada. Misturando artes marciais com mágica, os criadores da série desenvolveram estilos de combates únicos para cada elemento, e até um estilo único para um personagem específico (que aparece apenas na segunda temporada):
- As técnicas de dobra de Ar foram inspiradas no ba gua, luta marcial que se impõe mais pela defesa que pelo ataque através de movimentos circulares;
- A dobra de Água foi criada com base no tai chi, que coloca como prioridades desequilibrar o oponente e tornar o ataque contra ele mesmo;
- A dobra de Terra, pelos seus golpes firmes e fortes e pelo seu equilíbrio com o solo, foi desenvolvida com base na arte marcial chinesa hung gar, do kung fu, inspirada em dois animais: o tigre e a garça;
- A agilidade e os movimentos amplos da dobra de Fogo é oriunda do estilo Shaolin do Norte do kung fu.
Dois vídeos que eu achei no YouTube dão uma palhinha dos combates e das dobras dos elementos em Avatar: um em que o Aang entra no estado de Avatar, logo no primeiro episódio, e o outro no terceiro episódio da terceira temporada, em que o Zuko luta um Agni Kai contra o comandante Zhao.
A profundidade e a diversidade desse tema dentro da mitologia da série é algo impressionante para um desenho animado americano que, à exceção dos desenhos adultos (como Os Simpsons ou Family Guy), costumam tratar as crianças como idiotas completas. Os roteiros são muito bem trabalhados, o traçado dos personagens, inspirados nos mangás e nos desenhos coreanos, são impecáveis, e a trilha sonora é uma perfeição de dar inveja em muitos blockbusters por aí.
Com três temporadas e um final muito bem amarrado, estava bem claro que a série iria ter um dois destinos: se tornar uma adaptação cinematográfica ou gerar alguns spin-offs para a televisão. O que impressionou foi a coragem de M. Night Shyamalan em converter a série animada, com todos seus detalhes e bizarrices (como os animais bem estranhos daquele mundo), em um filme live action, com atores reais desempenhando os papeis de Aang, Katara, Sokka, Zuko e companhia. Pelos trailers, parece uma decisão bem acertada!
O elenco, apesar de ser composto por alguns atores pouco parecidos com os personagens originais, aparentam ser decisões acertadas, de acordo com pessoas envolvidas no projeto. Noah Ringer, o ator de 13 anos, estreando nos cinemas como Aang, tem uma semelhança física com o jovem Avatar que compensa boa parte a pouca semelhança dos outros atores. Além disso, vemos pelos trailers que as criaturas fantásticas concebidas no desenho se mantêm no filme, com uma fidelidade que é pouco vista nas adaptações de desenhos, HQs e etc. Apesar de só ser possível ver Appa, Fang e uns lagartos caçadores de relance, fiquei empolgado com o trabalho que a produção está fazendo nos efeitos especiais.
Isso tudo sem contar com os fantásticos efeitos de dobra, vistos nas lutas entre Aang e Zuko, Katara e Zuko, Aang e a Nação do Fogo e muitas outras ao longo dos trailers.
Hoje em dia muitos também veem como certa a outra possibilidade que falei. Muitos boatos correm por aí de que Bryan Konietzko e Michal Dante Dimartino, criadores da série, estão trabalhando em um projeto para a Nickelodeon chamado Untitled Avatar Project, ou "Projeto Sem Título de Avatar". O que será que vem por aí?
Deu pra perceber que esse é o filme que eu estou esperando para esse ano, né? Bem, enquanto ele não chega, temos que nos contentar com os trailers que têm aparecido com bastante frequência por aí. Pra fechar o post (que já está enorme, por sinal), confiram abaixo o último trailer, que saiu no dia 23 de abril.
The Last Airbender (O Último Mestre do Ar) tem previsão de estreia em 3D no dia 02 de julho nos cinemas americanos, e 23 de julho aqui no Brasil (ô expectativa!!!). O elenco conta com Noah Ringer, Jackson Rathbone, Dev Patel e Nicola Peltz nos papeis principais. Ele é dirigido, escrito e produzido (e provavelmente mais um monte de coisa) por M. Night Shyamalan, de O Sexto Sentido, Corpo Fechado, Sinais e A Vila.
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