quinta-feira, 8 de abril de 2010

Continuando com a chuva, vou chover no molhado!

Estou para escrever ao O Globo sobre essa matéria há diversos dias, mas evitei, pois poderia escrevê-la de maneira indecorosa ou arrogante. Mas a cena que vi hoje foi a gota d’água. O que motivou-me a escrever sem meias palavras.



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Então, gostaria de agradecer ao irresponsável que fez a obra da ciclovia na Rua Vereador Alceu de Carvalho (Rua do canal do rio morto), no recreio dos Bandeirantes. Essa rua liga vargem pequena, vargem grande, Avenida das Américas e a praia.

Tenho certeza que a obra foi realizada com a melhor das intenções: facilitar o deslocamento dos trabalhadores e dos banhistas nos finais de semana levando-os até a praia. Porem quem avaliou o projeto deveria ter lutado pela realização da obra dentro das normas previstas, atendendo as recomendações das NBR, DNIT e BS (Bom Senso).

Não vou nem me ater ao fato de que a calçada não respeita praticamente nenhuma conduta quando a largura mínima, distância dos postes até a rua, inclinação para escoamento das águas e acesso aos cadeirantes. Mas o mínimo que deveria ser levado em consideração eram as condições de drenagem da pista.

A fim de explicar melhor a falha, fiz alguns desenhos em caráter ilustrativo. Anteriormente a obra, figura 01, a água escoava sobre o pavimento e saia pelas laterais, sabemos que é uma condição precária, porem era aceitável.

Figura 01

Na figura 02, podemos ver como ficou depois da obra. Nada a respeito da drenagem foi considerado, apenas colocaram um meio fio junto ao final da pista. Não foram feitos bueiros, bocas de lobo, nem ao menos uma misera sarjeta. Como conseqüência, a chuva toda que antes escoava para a grama, agora ficava em bolsões sobre a pista de rolagem, que alem de diminuir a vida útil do asfalto e dificultar o tráfego durante as chuvas obrigou a água infiltrar-se na junção mal feita entre o meio fio e pavimento.

Figura 02

Sendo assim, como mostra a figura 03, toda a água conduzida por um mesmo local, acarretando na criação de um bolsão água no solo inferior a pista, minando por completo a estabilidade da encosta.

Figura 03

E como conseqüência da obra executada, após algumas chuvas, a figura 04 mostrará o que ocorreu.

Figura 04

Por sorte, no momento do ocorrido ninguém passava no local, pois o mais provável seria se romper quando estivesse submetido a um carregamento, ou seja, quando um carro ou caminhão estivesse passando sobre a cratera.

Por fim, a obra que ecomonizou alguns metros cúbicos de concreto não fazendo uma sarjeta descente, agora deveria que arcar com contenção da encosta, novo aterro, nova estabilização e nova pavimentação. E quem pagará essa conta? O responsável?

Sabem por que obras de drenagem não são feitas? Pelo mesmo motivo que as obras de saneamento básico são deixadas de lado. Elas não são obras eleitoreiras: gastasse milhões nas obras de infra-estrutura e depois se enterra.

Obras de infra-estrutura são lembradas apenas quando não funcionam, ruas enchem, falta-se água, esgoto e luz.

O Rio de Janeiro antes de PAC, PAC 2, PAN, COPA precisa de muitas obras “invisíveis”.

2 comentários:

  1. Isso é um engenheiro Civil!!!!

    FUTURO DA NAÇÃO!

    Abraços mulek! Não entendi tudo não, mas fui para a eletrônica, né? Entendo de circuitos e amplificadores (entendo mesmo?)

    Abraços,

    Renato

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  2. Obs: Fiquei sabendo que já capotou um carro lá! Vamos ver quantos capotam até arrumarem?

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